quarta-feira, 23 de abril de 2014

Professora Marcimeire
Jogos na Alfabetização

Professora Rafaelle do Pré comemorando a Pascoa com seus alunos
Orientações Pedagógicas – 22 de abril de 2014
Caro Professor (a):
É importante que você sempre consulte e utilize a Matriz Curricular que lhe foi entregue no começo do bimestre , que  é um instrumento de apoio para o seu Plano de Aula,  que deve ser quinzenal;
Os conteúdos não devem ser negados aos alunos é um direito que lhes assiste;
Revisite também os subtemas do bimestre que devem  entrar também no seu planejamento;
Sabemos que nos preocupamos com a alfabetização e nos esquecemos dos conteúdos, por isso não planeje somente atividades conforme os níveis, é preciso conteúdo;
Os alunos precisam aprender, fazendo. APRENDER A APRENDER . Aprender na roda da conversa, no diálogo, na pesquisa, na confecção de algo, na análise, na reflexão, na produção, na criação, enfim, atividades que lhes proporcionem experimentar, ver, tocar. Ter as suas próprias criações, isso implica em menos gasto de papel e ganho de experiências.
 Planejar que atividades vão proporcionar o contato sistemático e significativo com práticas de leitura e de escrita, colocando em prática novamente o que você apreendeu no PNAIC. Elaborar a rotina semanal, a leitura deleite;
Planejar o tempo didático é fundamental para a aprendizagem. A criação de uma rotina, bem como o uso de diferentes modalidades organizativas - projetos, atividades permanentes, sequências didáticas -, pode auxiliar na administração do tempo. Prepare uma agenda semanal baseada na carga horária das disciplinas prevista no projeto político-pedagógico (PPP) de sua escola. Garanta uma distribuição equilibrada dos temas, articulando-os em campos de conhecimento: Linguagens (Língua Portuguesa, Arte e Educação Física); Matemática; Ciências da Natureza; e Ciências Humanas (História e Geografia). Lembre-se também de planejar bem as aulas de modo a não desperdiçar o tempo com atividades que não estavam previstas. Especialmente nos anos iniciais, é desejável buscar uma integração entre as disciplinas sem deixar de lado as especificidades delas. 
Para chegar ao detalhamento da rotina semanal de uma classe, o educador precisa ter clareza de que itens devem ser combinados e com que regularidade devem ser praticados para permitir às crianças entender em que situações se lê e se escreve, para que se lê e se escreve e quem lê e escreve. "E não é necessário ter sempre novidades programadas. A continuidade dá segurança aos alunos e, associada à diversidade de assuntos, amplia o repertório deles", explica Debora Samori, pedagoga e formadora de professores do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac). Um planejamento acertado contempla três tipos de atividade. 
1. Atividades permanentes  São essenciais para o processo de alfabetização. Por isso, devem ser praticadas diariamente ou com periodicidade definida e em horário destinado exclusivamente a elas. Incluem: Leitura, leitura do alfabeto, dos números, do dia da semana, do combinado da sala, enfim.
1. A leitura pelo professor, feita diariamente, em voz alta, caprichando na entonação para aumentar o interesse e tomando cuidado para variar os gêneros durante o ano: contos, cartas, notícias, poemas etc. 

2. A leitura pelos alunos, feita em dias alternados com atividades de escrita, sempre tendo como objeto textos que eles conheçam de cor, como cantigas, parlendas, trava-línguas, textos informativos etc.
3. A escrita pelas crianças, feita em dias alternados com atividades de leitura, tendo como objeto a produção de listas de nomes de colegas, de frutas, de brinquedos etc., que podem ser escritas pelos estudantes com lápis e papel ou com letras móveis. 
4. A produção de texto oral com destino escrito, feita em dias alternados com atividades de leitura, quando os alunos criam oralmente um texto e o ditam para o professor, trabalhando o comportamento escritor. 
2. Sequências de atividades  São organizadas para atingir diversos objetivos didáticos relacionados ao ensino e à aprendizagem da leitura e da escrita. Necessariamente apresentam um nível progressivo de desafios. A duração varia de acordo com o conteúdo eleito. Pode levar dois meses ou chegar a quatro, sendo praticada duas ou três vezes por semana. Visam levar as crianças a construir comportamentos leitores associados a propósitos como ler para aprender, ler para comparar diferentes versões de uma mesma obra e ler para conhecer diversas obras de um mesmo gênero. Em um bimestre, pode ter como objetivo trabalhar a leitura de contos de autores variados. Em outro, pode eleger a leitura de seções de jornal para que a turma se habitue a outro tipo de texto.
3. Projetos didáticos :São formas de organização dos conteúdos escolares que contribuem para a aprendizagem da leitura e da escrita ao articular objetivos didáticos e objetivos comunicativos. A sequência de ações de um projeto culmina na elaboração de um produto final (um livro de receitas saudáveis para as merendeiras da escola, uma gravação em CD com a leitura de poesias, um jornal de bairro a ser distribuído para a comunidade etc.). Pode durar todo um semestre e ter ou não conexão com o projeto didático proposto para o segundo semestre. No primeiro, por exemplo, os alunos ouvem a leitura de poesias e decidem quais farão parte de um livro escrito pelo professor (que atua como escriba) e ilustrado por eles. A destinação da obra deve ficar clara. Pode ser o acervo de livros da professora, a biblioteca da escola, a família das crianças ou colegas de outra turma. No segundo semestre, uma proposta poderia ser a leitura pelos alunos de poesias que sabem de memória para depois serem declamadas em público em um sarau organizado por eles, reunindo os pais, os estudantes e a comunidade.
LEITURA E ESCRITA DEVEM ANDAR JUNTAS.
Avaliar sempre.
É preciso saber administrar o tempo das atividades, pois a sala é heterogênea. Se você encher o quadro nem todos os alunos conseguirão acompanhar;
É preciso respeitar o tempo do aluno, andar pela sala e atender as especificidades.
Caderno do aluno deve ir para casa: Trabalhar na criança o senso de responsabilidade e o exercício de autonomia em relação ao próprio material escolar colabora para que ela aprenda a se organizar.


Os estudiosos não têm uma opinião só. Lourdes Atié, socióloga e especialista em Educação Infantil pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) acredita que a lição de casa não deve fazer parte da vida das crianças nesse período. "O que ela tem de fazer fará no universo escolar", defende. Para ela, as crianças pequenas não têm maturidade para construir seu papel de estudante e aprender a disciplina de estudo. "A consequência é que acaba sobrando para os pais", completa.

Na escola Estilo de Aprender, em São Paulo, os professores propõem de vez em quando atividades leves para serem desenvolvidas com a família, como leitura, desenhos e pequenas pesquisas. "Crianças de dois a cinco anos são muito novas para entrarem na rotina de exercícios formais da escola", explica a Coordenadora Pedagógica da escola Julia Souto Guimarães Araújo.
O importante, na verdade, é avaliar se atividades propostas são adequadas. "O eixo da aprendizagem na Educação Infantil deve estar na brincadeira",  .reforça Clélia Cortez, coordenadora Instituto Avisa Lá, em São Paulo. E a lição de casa também deve ter essa visão pedagógica: centrada em experiências lúdicas e na descoberta livre do mundo.
A lição de casa geralmente está associada a uma rotina estudantil mais formalizada e muitos pais se perguntam, com razão, se a escola infantil está certa em mandar atividades para casa. Eles se preocupam, pois a tarefa pode se tornar estressante e desanimadora, criando nas crianças até uma aversão aos estudos.
O problema não é a existência da lição de casa em si, mas se o formato e o conteúdo propostos são apropriados para a Educação Infantil. "A experiência nesta fase deve ser ligada à descoberta do mundo, do outro, da vivência e da brincadeira", completa Tânia Fortuna.
 Mandar Lição de casa duas vezes por semana, uma para o dia seguinte e a outra para a semana posterior. Para a escola, é uma maneira de verificar se a criança dá conta das atividades ou se precisa de mais auxílio.De preferência atividade que leve a criança ao raciocínio.
A capacidade de concentração das crianças pequenas é limitada.  Para crianças de 3 a 5 anos, esse tempo não deve ultrapassar 20 minutos.A atividade deve respeitar esse tempo.
Toda lição de casa é uma ponte entre a escola e a casa. E na Educação Infantil isso é ainda mais importante. A lição dá oportunidade para que a criança possa falar com a família sobre o que está aprendendo. Clélia Cortez, coordenadora Instituto Avisa Lá, em São Paulo, explica que isso melhora muito o aprendizado das crianças, "além de ampliar o relacionamento dos pais com a escola",
Quando foi uma atividade que foi planejada brincadeira como fonte de aprendizagem registre no caderno da criança o que foi trabalhado ou deixe que a criança registre através do desenho, isso para que o pais saibam o que foi feito nesse dia.
Os temas transversais deve fazer parte do conteúdo e não somente como data comemorativa.
O caderno do aluno deve ser corrigido. Não corrija com caneta vermelha em cima da escrita do aluno, respeite a sua produção.
Faça a correção no quadro e verifique se o aluno está realizando a correção no caderno.
Auxilie o aluno a usar corretamente o caderno. Escrever de uma margem a outra e não copiar até o meio do caderno. Incentiva-o a melhorar a letra e o cuidado com o caderno.

Diário: Registrar diariamente os conteúdos e não atividades e registrar as faltas dos alunos. Não deve conter rasuras.
O Diário é um documento que não pode sair da escola. Ele deve estar em sintonia com o Plano de Aula e a Matriz Curricular.
O Plano de Aula deve:
Conter o período: 15 dias
Áreas do conhecimento:
Eixos:
Conteúdo:
Os direitos de aprendizagem
Metodologia ,  Recursos e Avaliações
Estamos com muitos substitutos em sala de aula e isso tem sido questionado pelos pais e termina interferindo na aprendizagem dos nossos alunos. Como posso estar repensando essa situação para que não torne constante. Apenas, para refletir.
É preciso me colocar no lugar do outro. Como eu gostaria que fosse tratado o meu filho (a)? que ensino eu gostaria que ele tivesse? Como eu gostaria que fosse o professor (a) do meu filho?
Manter os alunos informados sobre o que será desenvolvido em aula e o que espera deles. Diariamente o professor pode colocar a agenda no quadro, relatando conteúdos a serem trabalhados, atividades e objetivos da aula. Assim, o professor (a) terá o aluno como parceiro.
IMPORTANTE PARA OS PROFESSORES QUE ESTÃO INTRODUZINDO OS ALUNOS NA PRODUÇÃO DE TEXTOS:
Hoje já se sabe que aprender a escrever envolve dois processos paralelos: compreender a natureza do sistema da escrita da língua - os aspectos notacionais - e o funcionamento da lin­guagem que se usa para escrever - os aspectos discursivos; que é possí­vel saber produzir textos sem saber grafá-los e é possível grafar sem saber produzir; que o domínio da linguagem escrita se adquire muito mais pela leitura do que pela própria escrita; que não se aprende a ortografia antes de se compreender o sistema alfabético de escrita; e a escrita não é o espelho da fala.
Quais habilidades preciso desenvolver em meus alunos para que eles possam escrever um texto?
·         Qual é a minha contribuição enquanto professor para desenvolver a capacidade de produzir textos em meus alunos?
·         Como direciono o antes, o durante e o depois quando trabalho a produção de textos com meus alunos?
·         O trabalho de revisão de textos em sala de aula está possibilitando o aprendizado para futuros textos?
·         Os critérios de correção estão possibilitando que meus alunos reflitam sobre a escrita?
·         Quais alternativas estou trabalhando para que os alunos encontrem estratégias que irão possibilitar o aperfeiçoamento de sua criação?
(Mesmo que seu objetivo seja que o aluno escreva para você ler/corrigir – sem a intenção de comunicação - é bom que criemos situações idealizadas para o aluno escrever e que ele veja objetivo na sua escrita. Vamos sempre lembrar que a escrita tem a função de comunicar e vamos incutir isso em nossos alunos para que eles não pensem que devem escrever só para a professora corrigir seus erros). Sendo assim, o tratamento que se dá à escrita na escola não pode inibir os alunos ou afastá-los do que se pretende; ao contrário, é preciso aproximá-los, principalmente quando são iniciados “oficialmente” no mundo da escrita por meio da alfabetização. Afinal, esse é o início de um caminho que deverão trilhar para se transforma­rem em cidadãos da cultura escrita.
Se o objetivo é formar cidadãos capazes de utilizar a escrita com eficácia, que tenham condições de assumir a palavra - também por escrito - para produzir textos adequados, é preciso organizar o trabalho educativo para que experimentem e aprendam isso na escola. É necessário, portanto, ensinar os alunos a lidar tanto com a escrita da língua - os aspectos notacionais relacionados ao sistema alfabético e às restrições ortográficas - como com a linguagem escrita - os aspectos discursivos relacionados à linguagem que se usa para escrever. (A produção de textos coletivos, em duplas ou em trios é uma estratégia que favorece o desenvolvimento de habilidades próprias para a construção de textos). Para tanto é preciso que, tão logo o aluno chegue à escola, seja solicitado a produzir seus próprios textos, mesmo que não saiba grafá-los, a escrever como lhe for possível, mesmo que não o faça convencionalmente.
Quando se analisam as principais dificuldades de redação nos dife­rentes níveis de escolaridade, freqüentemente se encontram narrações que “não contam histórias”, cartas que não parecem cartas, textos expositivos que não expõem idéias, textos argumentativos que não de­fendem nenhum ponto de vista. Além disso, e apesar de todas as corre­ções feitas pelo professor, encontram-se também enormes dificuldades no que diz respeito à segmentação do texto em frases, ao agrupamento dessas em parágrafos e à correção ortográfica. Uma das prováveis razões dessas dificuldades para redigir pode ser o fato de a escola colocar a ava­liação como objetivo da escrita.
Compreendida como um complexo processo comunicativo e cognitivo, como atividade discursiva, a prática de produção de textos pre­cisa realizar-se num espaço em que sejam consideradas as funções e o funcionamento da escrita, bem como as condições nas quais é produzida: para que, para quem, onde e como se escreve.
TRATAMENTO DIDÁTICO

Abaixo, estão relacionados alguns procedimentos didáticos para implementar uma prática continuada de produção de textos na escola:
·      oferecer textos escritos impressos de boa qua­lidade, por meio da leitura (quando os alunos ainda não lêem com independência, isso se torna possível mediante leituras de textos realizadas pelo professor, o que precisa, tam­bém, ser uma prática continuada e freqüen­te); São esses textos que podem se converter em referências de escrita para os alunos; (Na biblioteca iremos conseguir um acervo de livros literários, mas podemos pedir aos alunos que tragam de casa outros tipos de textos: informativos, instrucionais, entre outros. Podemos também oferecer aos alunos diferentes tipos de textos nas atividades xerocadas).
·       solicitar aos alunos que produzam textos mui­to antes de saberem grafá-los. Ditar para o professor, para um colega que já saiba escre­ver ou para ser gravado em fita cassete é uma forma de viabilizar isso. Quando ainda não se sabe escrever, ouvir alguém lendo o texto que produziu é uma experiência importante; (É um bom trabalho para ser realizado na Ed. Infantil).
·    propor situações de produção de textos, em pequenos grupos, nas quais os alunos com­partilhem as atividades, embora realizando di­ferentes tarefas: produzir propriamente, grafar e revisar. Essa é uma estratégia didáti­ca bastante produtiva porque permite que as dificuldades inerentes à exigência de coor­denar muitos aspectos ao mesmo tempo se­jam divididas entre os alunos. Eles podem, momentaneamente, dedicar-se a uma tarefa mais específica enquanto os outros cuidam das demais. São situações em que um aluno produz e dita a outro, que escreve, enquanto um terceiro revisa, por exemplo. Experimen­tando esses diferentes papéis enunciativos, envolvendo-se com cada um, a cada vez, numa atividade colaborativa, podem ir construindo sua competência para mais tarde realizar sozinhos todos os procedimentos envolvidos numa produção de textos. (A Oficina de textos é um trabalho muito rico. Antes do professor corrigir o texto que o aluno produziu, os colegas irão ler o texto, um dos outros e sugerir para o autor a correção necessária. Assim, discutindo, eles farão a revisão do texto e estarão em contato com diferentes formas de escrever – isso é um grande aprendizado. Peçam aos alunos que assinem o nome nas produções que leram. Depois desse trabalho de revisão, em diferentes duplas, o professor corrige o texto do aluno, utilizando os critérios de correção apresentados a seguir e o aluno irá redigi-lo fazendo as correções necessárias. A apresentação da sua produção para a apreciação é uma estratégia importante tanto para o aluno que apresenta, quanto para os alunos que são a platéia. Acredito que esse é um trabalho completo de produção de texto, mas que deve ser desenvolvido nas turmas que já construíram a base alfabética da escrita; caso contrário, não estaremos respeitando o processo de aquisição da leitura/escrita).
A Produção de textos por si só, não faz com que o aluno evolua no seu processo de criação, mas sim a qualidade de intervenção que lhe é dada.

O que o aluno deve saber antes de produzir um texto? Que elementos devo oferecer antes para que ele tenha um suporte para produzir um bom texto?


Coordenadora Pedagógica Flávia Frazão e Supervisora Neryne Guarim

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Textos para leitura na Semana Pedagógica 2014

OBJETIVO NA PRÉ-ESCOLA Explorar diferentes aspectos da natureza e da cultura e respeitar e valorizar a diversidade étnica e cultural.
Jogos e atividades de exploração dos espaços da escola são algumas opções
Brincadeiras nos diferentes cantinhos, jogos e atividades de exploração dos espaços, objetos, plantas e animais da escola podem ser estruturadas na forma de planos de trabalho, de curta duração. Com variações e diferentes níveis de dificuldade, para propor desafios interessantes para as crianças da de 4 e 5 anos, os planos estão presentes em toda a rotina da pré-escola. As rodas de conversa para que as crianças compartilhem novidades e histórias de vida, assim como os momentos de leitura podem se encaixar nessa modalidade.

Sequências de atividades ou atividades sequenciadas

Procedimentos de pesquisa e investigação são trabalhados desde a pré-escola
As sequências ajudam as crianças a incorporar alguns procedimentos de pesquisa científica desde a pré-escola, já que pressupõem vários dias de trabalho e desdobramentos sobre um determinado tema. Nessa modalidade organizativa as crianças têm a possibilidade de, progressivamente, transformar as próprias hipóteses em um conhecimento lógico. A observação dos fenômenos naturais, das plantas e dos animais em diferentes circunstâncias, assim como as atividades que envolvem a pesquisa sobre diferentes culturas e tradições, se encaixam aqui.
Exemplo:
E se fez a... sombra!
Objetivos 
- Oferecer situações de discussão e experimentação. 
- Identificar e entender alguns conceitos e suas variáveis, como objeto, fonte de luz e anteparo. 
- Agir sobre o conceito a ser estudado, por meio de investigação, levantamento de hipóteses, verificação prática e registro. 
Conteúdos 
- Luz e sombra. 
- Procedimentos de pesquisa, observação e registro.  
Tempo estimado 
Dois meses. 
Materiais necessários 
Lanternas, papéis diversos (cartolina, celofane, papel-manteiga, papel translúcido, papel-cartão, sulfite), máquina fotográfica, retroprojetor, lençol ou pano branco, TNT colorido e tecido grosso preto. 


Desenvolvimento 
1ª etapa 
Reúna todos numa sala e apague as luzes. Ilumine com uma lanterna as páginas do livro O Teatro de Sombras da Ofélia e leia para a garotada. É a história de uma senhora que tem a vida modificada depois que dá abrigo a um grupo de sombras. Estimule a discussão sobre por que e como elas aparecem. Elas só existem de dia ou de noite também? Nossa sombra fica sempre atrás de nós? Com essas informações, você já conseguirá saber o que o grupo conhece sobre o tema e que atividades poderão ser mais proveitosas para a turma. 
2ª etapa 
Com as hipóteses colocadas, proponha uma experiência. Desvie a lanterna para as mãos da meninada. Aproxime e afaste o facho de luz da parede, mostrando como a projeção diminui e cresce. Desligando a lanterna, levante a questão da dependência entre luz e sombra: uma existe sem a outra? É um bom momento para introduzir a nomenclatura correta, com palavras como objeto e anteparo. Depois de cada atividade, solicite que os pequenos registrem o que observaram, em relatos ou desenhos. 
3ª etapa 
Sugira brincadeiras como pega-pega de sombra, fotografia dela sobre diferentes superfícies (grama, terra, cimento) e manipulação do retroprojetor. Retome o livro de sombras sempre que houver interesse e converse sobre as situações. Com base nas questões levantadas, peça aos pequenos que elaborem hipóteses e as registrem no caderno. 
4ª etapa 
Organize experiências em grupo para testar as hipóteses cogitadas. Identifique com a classe as fontes de luz natural (primária) ou artificial (secundária). Coloque um objeto sob a luz do Sol e leve todos para observá-lo de hora em hora para ver o que aconteceu. Sugira que uma criança contorne a sombra no chão com giz. Outras podem anotar os horários de visita. Certamente surgirão discussões sobre por que ela muda de lugar, como ela cresce etc. 
5ª etapa 
Monte duas telas: uma com tecido grosso e outra com um bem fino. Acenda a lanterna do lado oposto ao que estão todos e peça que digam o que observam. Por que o anteparo feito com a trama fina deixa passar a luz e a grossa não? Explique o conceito e o fenômeno da absorção. Aproveite para introduzir a reflexão em superfícies como a do espelho e outras semelhantes. O que acontece quando a luz bate nelas? Será que as sombras precisam ser sempre pretas? Depois de ouvir as hipóteses, mostre papéis translúcidos e transparentes, colocando-os ora na frente da luz, ora entre a fonte e o objeto. 
6ª etapa 
Analise os registros e debata as hipóteses que foram comprovadas ou não. Tire conclusões com todos. Como escriba, anote tudo o que for dito e depois organize um relatório. Em roda, promova uma discussão coletiva sobre as conclusões tiradas dos experimentos que você registrou. 
Avaliação 
Mantenha um registro de todas as fases da atividade, levando em conta indicadores como o uso dos novos termos aprendidos em situações de brincadeira, o modo como cada um lança mão de desenhos ou descrições e socializa suas idéias em grupo, o levantamento de questões e formas de investigá-las, a curiosidade e o envolvimento com o tema trabalhado.

 

 

Entrevista com Myriam Nemirovsky

A pesquisadora argentina, especialista em formação de leitores e escritores, explica por que projetos e sequências didáticas são fundamentais para organizar aulas em que todos possam aprender

Formadora de professores para o ensino de linguagem escrita há 45 anos, a argentina Myriam Nemirovsky se tornou uma referência para docentes interessados em se aprofundar na área. Mestre em Educação no Centro de Investigação e Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional, no México - onde foi orientada por Emilia Ferreiro -, ela esteve no Brasil em outubro para ministrar uma palestra na Semana da Educação 2011, organizada pela Fundação Victor Civita (FVC). O tema: projetos e sequências didáticas de leitura e escrita. Nesta entrevista à NOVA ESCOLA, ela trata de alguns pontos de sua explanação, como as condições básicas para a formação de alunos leitores e escritores, e aponta as vantagens de trabalhar com modalidades organizativas. "Planejar a prática escolar dessa forma deixa evidente a ideia de processo, conceito que é fundamental hoje em Educação. Os alunos passam por todas as etapas de produção de texto e, no fim, conseguem enxergar o quanto aprenderam nesse caminho", explica a pesquisadora.
Que condições são essenciais para o ensino da linguagem escrita?
MYRIAM NEMIROVSKY Um aspecto central é a presença de uma boa biblioteca na classe e na escola. É preciso organizar, frequente e sistematicamente, trabalhos de leitura nos quais o docente lê textos de diferentes tipos em voz alta e dessa maneira compartilha comportamentos e procedimentos leitores com as crianças. Isso pode ser feito com toda a sala de uma vez, com uma única criança ou em duplas. Em outras situações, os alunos devem ser desafiados a ler sozinhos e a comentar com o professor e com os colegas o que acharam da leitura. Também é fundamental organizar múltiplas oportunidades para que a turma escreva seus próprios textos. O sucesso dessas situações depende muito de como o docente planeja - e é aí que entram os projetos e as sequências didáticas. Essas modalidades organizativas podem levar as crianças a elaborar contos, receitas culinárias ou anúncios publicitários, dependendo do contexto funcional que se quer promover em cada situação, ou seja, qual situação real de produção de texto se deseja trabalhar. 

Como as crianças pequenas aprendem quando escrevem?
MYRIAM Por meio das intervenções do docente, os pequenos vão tomando consciência das diferenças entre a linguagem falada e a escrita à medida que leem e escrevem. Redigir não é grafar a linguagem oral, mas usar um tipo específico de linguagem, de vocabulário, de sintaxe, de estrutura etc. E isso eles vão notando quando se faz um trabalho sistemático com diferentes gêneros, por exemplo, o conto e a poesia. 

Que mudanças traz o trabalho com projetos e sequências didáticas?
MYRIAM Assumir que as atividades em classe podem ser estruturadas em sequências implica organizar um processo didático por meio do qual desencadeamos uma série de ações sucessivas e com diferentes graus de complexidade, que têm um propósito explícito e claro e que ocorrem ao longo de várias semanas ou meses. Essa forma de organizar as aulas se difere do modo educativo transmissivo, que vigorou durante muito tempo e lamentavelmente continua vivo em muitos lugares. Nele, o professor apenas repassava conhecimentos para as turmas e não havia o princípio de processo para o ensino e para a aprendizagem. As atividades estavam organizadas com base em uma concepção aditiva, em que se propunha uma atividade após a outra para treinar os alunos. A função das crianças era apenas adquirir o conhecimento passado pelo mestre. 

Quais os benefícios das modalidades organizativas para os estudantes?
MYRIAM Em primeiro lugar, a organização das atividades em sequências e projetos permite que os alunos se relacionem com o objeto de ensino e avancem em seus conhecimentos. Além disso, eles compartilham dos propósitos estabelecidos pelo professor. Ou seja, precisam saber o que será feito ao longo do tempo e por que farão isso. Assim, todos ficam cientes dos objetivos das atividades e do que se espera que aprendam com esse trabalho, o que dá muito mais sentido às atividades em classe. 

Qual o impacto de comunicar os objetivos do trabalho aos alunos?
MYRIAM Isso deixa evidente para eles os processos que têm de percorrer para realizar determinadas tarefas. Vou explicar essa afirmação com um exemplo concreto: quando são desafiadas a concluir um produto final real - um livro com receitas para leitores que vivem em outra região, por exemplo -, as crianças têm de passar por uma série de ações leitoras e escritoras. Elas sabem que alguém vai ler o que fizeram e se empenham em dar conta dessa missão da melhor maneira possível. Ao longo do trabalho, a turma passa por diversas etapas e, ao finalizá-las, pode analisar o percurso e perceber tudo o que foi aprendido. 

Quais as principais vantagens de planejar as aulas por meio de projetos e sequências didáticas?
MYRIAM A primeira é poder prever com certa segurança o que será feito a cada aula e em todas as etapas seguintes. Isso ajuda a determinar com mais facilidade que materiais, situações ou fontes de informação são necessários para que esse processo possa ser levado a cabo. Um professor que sabe o que vai fazer chega à sala muito mais seguro e capaz de intervir para que os alunos aprendam. É claro que, enquanto estamos desenvolvendo uma sequência, podem surgir situações não previstas, que devem ser levadas em conta e incluídas entre as etapas do trabalho. Prever não quer dizer fechar alternativas, mas organizar melhor a prática, sempre e todo dia.




 

 

Entrevista com Myriam Nemirovsky

A pesquisadora argentina, especialista em formação de leitores e escritores, explica por que projetos e sequências didáticas são fundamentais para organizar aulas em que todos possam aprender

Como escolher que sequências e projetos realizar durante o ano letivo?
MYRIAM É preciso ter clareza sobre as contribuições do trabalho antes de começar a desenvolvê-lo. Ou seja, o professor deve saber o que a turma precisa aprender sobre determinado conteúdo e preparar uma série de atividades que atendam a esse objetivo. É fundamental prever que sequências didáticas serão desenvolvidas durante o curso logo no começo do ano. 
Esse planejamento é fixo?
MYRIAM Não. É preciso ter consciência de que algumas sequências previstas não serão realizadas ou de que uma que estava prevista para maio na realidade se desenvolverá só em setembro. São as necessidades de aprendizagem dos alunos que determinarão isso. É importante tentar equilibrar quais serão os conteúdos e temas abordados ao longo do ano e da escolaridade dos estudantes. Por exemplo: se vou organizar uma sequência didática sobre notícias de jornal, tenho de planejar também o uso de outros gêneros textuais e temas. Se num projeto trabalho um assunto científico, em outro, devo buscar algo mais social. Digo isso porque vejo professores que num dado momento investigam aves e no mesmo ano desenvolvem projetos sobre ursos. Ora, se essas modalidades organizativas também têm por objetivo ampliar os conhecimentos e o universo cultural dos alunos, não dá para abordar sempre os mesmos temas e gêneros. 

Há também o risco de os pequenos cansarem desse tipo de trabalho?
MYRIAM Sim. Dei o exemplo dos animais porque, como todo tema, e inesgotável e uma hora enjoa. Não é porque estão interessados que é válido abordá-lo. Se os pequenos se interessam por leões e depois de dois meses querem saber mais sobre as girafas, isso não significa que seja proveitoso fazer desses animais o foco de um projeto. Afinal, há muitos outros conhecimentos que estão ficando de fora e também são capazes de gerar interesse na garotada. 

É um erro basear todos os projetos nos interesses dos alunos?
MYRIAM Sim. Lembre-se de que nem todo tema desperta o entusiasmo das crianças. Nosso papel é desenvolver o interesse delas por aqueles que são válidos e fazer com que se envolvam cada vez mais. Em geral, temos pouca vontade de saber sobre o que desconhecemos. É preciso ter informações básicas e iniciais para querer seguir descobrindo. Por exemplo: eu não posso me interessar por estudar a obra de Van Gogh (1853-1890) se não sei que ele existe. Quando são apresentadas a um tema ou a um problema e convidadas a descobrir mais sobre ele, as crianças são verdadeiramente cativadas pelo trabalho e aprendem a se interessar por assuntos novos. 


É possível trabalhar quantos projetos em um único ano?
MYRIAM Creio que não podemos desenvolver mais de seis ou sete sequências ou projetos didáticos em um ano. Por isso mesmo, na hora de planejar, é necessário escolher temas que tenham grande relevância. 

Todo docente consegue trabalhar com modalidades organizativas?
MYRIAM Alguns professores, com a ajuda da equipe gestora, podem perfeitamente organizar, decidir, planejar e levar a cabo projetos por si mesmos. Outros vão precisar de muito mais apoio e orientação dos coordenadores. Para alguém que vem de um modelo transmissivo de Educação, não adianta dizer: "Organize seis sequências ou projetos para desenvolver durante o ano". Ele não conseguirá fazer isso sem que alguém lhe dê por escrito, lhe proponha exemplos, lhe ofereça vídeos e documentos de registro com fotos, produções de outras crianças etc. Uma sequência didática dura várias semanas, tem muitas variáveis e implica tomar inúmeras decisões cotidianas. Por isso, um docente que acaba de se aproximar desse tipo de iniciativa não conseguirá dar conta de executá-la bem. O ideal é ir trabalhando dessa forma aos poucos. Primeiro, ele fará uma atividade de dez minutos em sala. O resto do tempo vai continuar atuando de modo como estava acostumado. Ele pode ir fazendo mudanças pontuais e lentas até se habituar com esse modelo de planejamento.















Organizar a rotina da alfabetização

Antes de receber a turma de alfabetização, o professor deve planejar que atividades vão proporcionar o contato sistemático e significativo com práticas de leitura e de escrita

Aos 5 ou 6 anos de idade, as crianças percebem mais claramente que existem outras formas de representar o mundo sem ser por meio de desenhos cheios de traços e cor. Descobrem, enfim, a presença e a importância da escrita, que permite a todos comunicar ideias e opiniões por meio, por exemplo, de cartas, bilhetes, notícias e poemas. Mas, para que cada um dos pequenos dê esse grande salto no aprendizado, é preciso que a atuação do professor no Ensino Fundamental de nove anos esteja ajustada a esse propósito. 
O passo inicial é definir com antecedência as atividades que vão fazer do ano letivo um encadeamento de descobertas, cada uma delas mais desafiante que a outra. "O educador precisa ter uma visão geral do trabalho para prever em que ritmo as propostas de leitura e escrita vão se aprofundar ao longo do período", explica a professora argentina Mirta Torres, especialista em didática da leitura e da escrita. 

Segundo Mirta, nesse planejamento é importante considerar que cada criança já está em processo de alfabetização. "Antes de irem para a escola, os pequenos tiveram contato com práticas de leitura e de escrita, com maior ou menor grau de espontaneidade, ao escutar os pais lerem histórias, ao folhearem livros ou ao verem adultos e outras crianças escreverem", pontua. O que muda é que na escola esse processo passa a ser intencional e sistemático, ganhando sentido e contando com a participação ativa de cada estudante.
Para chegar ao detalhamento da rotina semanal de uma classe de 1º ano, o educador precisa ter clareza de que itens devem ser combinados e com que regularidade devem ser praticados para permitir às crianças entender em que situações se lê e se escreve, para que se lê e se escreve e quem lê e escreve. "E não é necessário ter sempre novidades programadas. A continuidade dá segurança aos alunos e, associada à diversidade de assuntos, amplia o repertório deles", explica Debora Samori, pedagoga e formadora de professores do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac). Um planejamento acertado contempla três tipos de atividade. 

1. Atividades permanentes
São essenciais para o processo de alfabetização. Por isso, devem ser praticadas diariamente ou com periodicidade definida e em horário destinado exclusivamente a elas. Incluem: 

1. A leitura pelo professor, feita diariamente, em voz alta, caprichando na entonação para aumentar o interesse e tomando cuidado para variar os gêneros durante o ano: contos, cartas, notícias, poemas etc. 

2. A leitura pelos alunos, feita em dias alternados com atividades de escrita, sempre tendo como objeto textos que eles conheçam de cor, como cantigas, parlendas, trava-línguas, textos informativos etc. 

3. A escrita pelas crianças, feita em dias alternados com atividades de leitura, tendo como objeto a produção de listas de nomes de colegas, de frutas, de brinquedos etc., que podem ser escritas pelos estudantes com lápis e papel ou com letras móveis. 

4. A produção de texto oral com destino escrito, feita em dias alternados com atividades de leitura, quando os alunos criam oralmente um texto e o ditam para o professor, trabalhando o comportamento escritor. 

2. Sequências de atividades 
São organizadas para atingir diversos objetivos didáticos relacionados ao ensino e à aprendizagem da leitura e da escrita. Necessariamente apresentam um nível progressivo de desafios. A duração varia de acordo com o conteúdo eleito. Pode levar dois meses ou chegar a quatro, sendo praticada duas ou três vezes por semana. Visam levar as crianças a construir comportamentos leitores associados a propósitos como ler para aprender, ler para comparar diferentes versões de uma mesma obra e ler para conhecer diversas obras de um mesmo gênero. Em um bimestre, pode ter como objetivo trabalhar a leitura de contos de autores variados. Em outro, pode eleger a leitura de seções de jornal para que a turma se habitue a outro tipo de texto.

3. Projetos didáticos 
São formas de organização dos conteúdos escolares que contribuem para a aprendizagem da leitura e da escrita ao articular objetivos didáticos e objetivos comunicativos. A sequência de ações de um projeto culmina na elaboração de um produto final (um livro de receitas saudáveis para as merendeiras da escola, uma gravação em CD ou fita cassete com a leitura de poesias para alunos de Educação de Jovens e Adultos, um jornal de bairro a ser distribuído para a comunidade etc.). Pode durar todo um semestre e ter ou não conexão com o projeto didático proposto para o segundo semestre. No primeiro, por exemplo, os alunos ouvem a leitura de poesias e decidem quais farão parte de um livro escrito pelo professor (que atua como escriba) e ilustrado por eles. A destinação da obra deve ficar clara. Pode ser o acervo de livros da professora, a biblioteca da escola, a família das crianças ou colegas de outra turma. No segundo semestre, uma proposta poderia ser a leitura pelos alunos de poesias que sabem de memória para depois serem declamadas em público em um sarau organizado por eles, reunindo os pais, os estudantes e a comunidade.
Avaliar sempre  
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PEÇA QUE ESCREVAM  Redigir textos, como listas ou cantigas memorizadas, é uma das quatro situações didáticas que devem estar sempre na agenda. Foto: Marcos Rosa
Com base nas atividades essenciais e a frequência com que devem ser realizadas, o professor pode fazer uma programação detalhada do que vai trabalhar durante o ano (veja um exemplo no quadro abaixo). Após essa distribuição, é possível fazer agendas de 15 ou até 30 dias de aulas, dia após dia, de segunda a sexta-feira. Essa é uma etapa de grande importância no planejamento. Nela, os projetos didáticos e as sequências de atividades também são elaborados em detalhes, definindo-se justificativas, tempos de duração, materiais necessários, aprendizagens desejáveis e desenvolvimento passo a passo. 

Colocar tudo no papel faz pensar na forma de realização das atividades, além de antecipar a necessidade de separação ou de compra de materiais: que livros devo ter à mão para ler aos alunos? Quais voltarei a ler ao longo do ano? Quais devo ter em maior quantidade para permitir que todos acompanhem a leitura? Como escreveremos a lista de nomes dos alunos? Como eles vão se apresentar à turma?
 

Outro cuidado importante é, logo nas primeiras atividades, identificar que habilidades, conhecimentos e dificuldades cada aluno traz de suas experiências de vida, seja em casa, seja na escola. "Esse é o momento de observar, tomar nota e refletir sobre a atuação de cada um em tarefas coletivas, em atividades realizadas em duplas ou trios e em momentos de trabalhos individuais, o que permitirá acompanhar a evolução dela no ano", orienta a pedagoga Debora Samori.
 

A classe pode ter crianças em diferentes níveis de conhecimento em relação à escrita. O professor não deve encarar isso como um problema. Cada aluno é importante e traz características que devem ser identificadas e aproveitadas. A orientação é ajustar o foco, pensar nas possibilidades de interação e troca e seguir em frente com o trabalho.
 

Há uma infinidade de descobertas a serem feitas por seus futuros leitores e escritores, e eles vão precisar de muitos desafios para dizer o que pensam e compreender o que leem.
Proposta

Primeiro semestre

Segundo semestre
Projetos

- Livro de reescrita de contos de fadas ditado para o professor. 
- Livro de brincadeiras preferidas do grupo ditado para o professor

- Livro de reescrita de histórias do mesmo autor ou do mesmo personagem já trabalhados na sequência didática de leitura do primeiro semestre. 
- Produção de uma agenda telefônica do grupo.
Atividades permanentes

- Escrita e leitura diárias do próprio nome e dos colegas. 
- Escrita e leitura de listas de palavras de um mesmo campo semântico.
 
- Leitura diária de textos literários pelo professor.
 
- Roda de leitura e empréstimo de livros.

- Leitura de nomes próprios para a análise da ordem alfabética. 
- Escrita e leitura de títulos de histórias conhecidas.
 
- Leitura pelo professor de textos informativos e literários.
- Roda de leitura e empréstimo de livros.
 
- Indicação literária dos livros apreciados pelo grupo.
Sequências didáticas

- Escrita e leitura de parlendas e cantigas (ordenação, ajuste do falado ao escrito, análise e discussão com base na localização de palavras no texto). 
- Leitura de várias versões do mesmo livro ou de várias obras do mesmo autor ou ainda de livros diferentes que apresentem o mesmo personagem principal (lobo, bruxa, princesa etc.).

- Escrita e leitura de adivinhas e charadas. 
- Ler para estudar características de animais, regiões, culturas, costumes etc.
Fonte Clélia Cortez, formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo